sábado, 26 de janeiro de 2008

Longe


Morro esperando que o tempo te apague,
Sabor amargo da esfera de pele queimada,
Pelo toque longínquo daquela água que nunca bebi.

Morri a ver-te nascer,
Correr nas linhas brancas da incerteza,
Alucinações de um louco num beco qualquer.

Não morras sem me dizer,
Que me viste olhar o céu sem esperar que me olhasse de volta,
Num jeito de inocência que perdi em cheiros de sabor amarelado.

Beija-me,
Quero morrer mais um pouco!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Ritmo e Razão


Hoje sou incauto e voraz,
Perdido no sonho incerto,
De noites enevoadas
E suspiros gritados,
Ao ouvido de gente morta.

Exalta-te carne moída de sentir!
As tuas asas arrancadas,
Por braços inumanos,
Palavras feitas de feridas e rancor.

Morre sorriso!
Definha longe dos meus olhos,
Sedentos de deixar mares inóspitos,
Ricos de barcos caídos
E corpos em putrefacção.

Quero razão!
Sentir incólume de surpresas,
Lamina afiada de frio,
Que rebenta veias secas de desilusão.

Pensamento propicio de certezas,
Nefasto de suspiros.
Mas impávido e sereno,
De sorrisos e risos queridos
Daquela gente que pensa pulsante,
Ao ritmo do coração.