sábado, 13 de outubro de 2007

Sopro do Coração, Brisa de Solidão

Estranho este formigueiro no meu peito.
Este sopro no coração,
Que bate sem saber porquê,
O ruído seco do tacto esmorecido,
Que me estala os ouvidos,
No silêncio do teu sabor.

Arranca-me a pele que não é minha,
Magoa-me o tocar de quem não sinto.
Não sei quem vejo dentro do frio do vidro,
Nem quem me leva a faca, seca do meu sangue,
Para longe das lágrimas que sujam o chão.

A culpa não é minha,
É do meu sopro de sentir,
Que me levou a razão.
A dor dos cortes novos tolda-me o querer,
Que abre os cortes antigos,
Cansados, áridos de espasmos esquecidos
Da brisa da minha solidão.