quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Podre

Podre é o sangue que jorra
Dos meus pulsos abertos ao teu sentir.
A acidez do meu pensar atira-me para longe
Daquelas caricias de framboesas
Perdidas em bosques de fadas cor de morte.

Hoje sou aquele que viu o esvair de vida
De dentro da casca da arvore seca,
Cansada de esperar que a vida fizesse sentido.
Esmoreço no negro daquela noite sem luar
Onde cantamos quadras sem sentido,
Só porque a noite era nossa e de mais ninguém.

Tenho saudades do ardor da minha pele,
Daquele fado que era o meu cancro,
Que parava o meu peito,
Para bater apenas ao teu toque.
Podre é o meu sangue,
Sem o sabor dos teus lábios de mel…