terça-feira, 10 de junho de 2008

Cansado


O sangue escorre e a vida definha,
Para longe dos meus braços,
Secos de te ter ao colo.

Carrego o peso incomensurável,
De ser único, perdido entre espinhos,
Que já não sabem picar a pele e magoar.

A alma bebe as lágrimas,
Gritadas para a noite,
Cansada de me ouvir.

11 comentários:

(Un)Hapiness disse...

"...braços/secos de te ter ao colo"

às vezes carregamos, não só o peso da nossa vida, mas também a de alguém. Demasiado pesado para se aguentar...qdo o EU é esquecido, o gosto e desejo de vencer não existem, a vontade de deixar tudo para trás é maior e, aí a dor psicológica torna-se mais forte...o sol torna-se negro, a noite dura 24 horas, os espinhos tornam-se invisíveis à dor humana.

Não estejas cansado de ser único...isso não :)

kiss

Anónimo disse...

Gosto do papel de confidente que deste à noite. Gosto do "peso incomensurável de ser único".

Mostraste bem a faceta comum do sofrimento humano.

Parabéns :)

Viana disse...

já tinha visto. E adorei. Como sempre está lindo, lindo e triste. Não conheço quem comentou, mas acho-te mais singular que isto.

<3

Anónimo disse...

meu deus. escreves bastante bem. e adorei a última estrofe. (:

xxx

Anónimo disse...

Não fosse a noite a conselheira dos meus pecados. Entedia-me, completamente, ser um deslumbre de dúvidas e medos assim que anoitece. Pensei ser um pouco mais original do que tudo isto, mas de facto tudo isto é tão pouco.

anis disse...

GRANDE POST 8-) .
Amei : D

mar disse...

e voltar aqui, depois de algum tempo, é encher o peito de ar puro, refrescar o coração com as tuas lágrimas.
baixinho.... baixinho... que se for muito alto há qualquer coisa que murcha.

gosto do teu mundo.
excelente poesia.

Nil Borba disse...

Entrei devagar, mas fiquei bastante a vontade a ler entrelinhas seus versos. Aflito um pouco seu dono

beijos

(Un)Hapiness disse...

não tens mais nada a dizer?...

Rui Fartura. disse...

gostei =) achei a tua escrita bastante pessoal o que a torna atraente.

"Carrego o peso incomensurável,
De ser único, perdido entre espinhos,
Que já não sabem picar a pele e magoar."

muito bom!

mar disse...

"alguém que pare o mundo que eu quero sair" assim cantava azevedo e silva. só esta melodia cabe no teu poema, também ele doloroso, cortante e ao mesmo tempo único.

estou em casa.