quinta-feira, 26 de julho de 2012

Não sei porque me procuras, Se não sei o que sou em nós

1 comentário:

Anónimo disse...

A ti estranho, que buscas controlo do que sentes, eterno prisioneiro do teu próprio pensamento. Aclamas te incapacitado, ausente de qualquer sentimento. Mas não é o sentimento, no fundo, algo parecido com o sangue que te corre nas veias? Frio, quente, muito ou pouco é o teu sangue. Não o controlas, mas precisas dele. Podes esquecer ou até negar a sua existência, mas ele não vai cessar, porque quando o fizer, morres, adormeces. Consegues viver numa onda de 'dormência' só para não sentir que és humano? Tudo porque o que buscas e esperas um dia pode deixar de ser mentira e as tuas cartas ganharem um remetente. O que te faz ter tanto medo que esse fantasma um dia te demonstre que tem sangue a correr nas suas veias e procure sentir o teu? Assusta te pensar que há mais alguém capaz de entender as palavras vazias que escreves e os sentimentos que tanto tentas negar? Assusta te pensar que uma palavra tenha significado e um sorriso te faça falhar uma respiração? Esse teu medo de sentir leva-te secretamente à loucura. Cria cicatrizes em quem transborda de 'humano', cicatrizes essas que ficam e por alguma razão, são feias, inestéticas, inaceitáveis aos olhos críticos, na mentalidade de quem procura esquecer. As cicatrizes gritam MÁGOA. Com elas, a felicidade será sempre um gesto em forma de sorriso, usado para enganar o coração. Não há nada de feliz em curar alguém magoado, se tudo o que se irá recuperar é metade. Metade dum olhar, metade de uma mentira, uma parcial verdade. Será que metade dum medo não afunda em receios quem eternamente busca confiança? O ser humano há muito que deixou de viver pela metade. Por isso, estranho, porquê continuares a fugir, magoar, perder e criar metades?

LG.