
O meu olhar pousou em ti e engoli aquele espinho,
Que se foi pelas minhas veias putrefactas,
Fazer ninho na minha mão, como que para não te tocar,
És beco sem saída de quem procura um novo nascer,
Sinal vermelho, poço sem fundo,
Para mim que quero provar o mel de tulipas púrpura.
Hoje fui ver o rio, junto da arvore caída de ramos ressequidos,
Estava cansado, encolhi-me no seu seio e dormi para sempre,
Aconchegado pelas raízes podres e ramos caídos, descansei.
Queria ser a ultima folha desta arvore moribunda,
Ultima a ver a sua queda, o seu cessar de existir, do topo dos seus ramos
E depois voar, deixar o vento tomar o meu corpo frágil e quebradiço, levando-me para longe, com a historia grande,
Daqueles que caíram com o coração batendo nas mãos.
Queria ser semente de pai - careca, arrancado por uma menina,
Daquelas pequeninas, perdidas na sua inocência de alma transparente,
Sopra menina! Atira-me para longe!
- Oh! Porque é que o vento não me leva os cortes menina?
- Para que queres os pulsos sarados? Não tens por quem os cortar.
- Tão verdade…