terça-feira, 4 de setembro de 2007

Perdi-me de mim


A vista é bonita de cima deste muro.
Contemplo o que me espera se cair,
Os segundos de ansiedade antes de o corpo repousar,
Partido entre o chão e o céu, livre do arranhar de vidros
Para sempre!

O modo suspenso do olhar que lanço nos reflexos
Das pessoas que passam em baixo escalda-me o sentir.
Vagas de luminescências dançam-me nas pálpebras,
Corre para perto de mim, abraça-me, tenho frio,
Fica mais um pouco, corre pelas luzes comigo,
Dá-me a mão, não me seguro sem o calor de quem me quer.
Não quero o gosto que me deixaram na boca, tenho que voar,
Partir para outra janela e ver os montes de uma maneira diferente.
Leva-me para outra praia, para eu provar a água que nunca ouvi.

Alguém me quer?
Nem eu me quero a mim…


5 comentários:

Anónimo disse...

eu quero-te e levo-te a ver os montes do outro lado, do lado esquerdo, do peito. Oh meu querido queria ser eu essa janela em que te debruças para amparar o teu corpo dorido. Só hoje vamos fingir que não há dor, só hoje. Se me deres a mão com carinho levo-te até ao outro lado, da vida.

beijinho, amora preta.

Beno disse...

Bem-vindo ao mundo 'não-fotolog.com'.

Que este blog venha a ser um dos meus sitios favoritos.

Também te espero bem.



p.s.: CezarinY tem 'y' no fim.

Camilla. disse...

obrigada.
talvez eu queira a mim mesma,por simples me abraçar.(talvez,nem sempre).

inocência perdida disse...

"Leva-me para outra praia, para eu provar a água que nunca ouvi."

Para escreveres assim pagas a conta em dor...porque a Felicidade faz-nos imbecis escritores de palavras ja ditas e ja compostas de maneira cliché...

Garanto-te que em menos tempo do que pensas habituas-te a viver na negritude criativa da dor!!

Fernando d'Almeida disse...

Somos ibecis emquanto escrevemos. A (in)felicidade espéta-nos facas de sofrimento.